sexta-feira, 26 de junho de 2015

Visitar a Rússia é bem mais que visitar apenas um país

Você já imaginou como seria visitar o Japão, a China, a Holanda, Alemanha, a Suécia, França, Suíça e Turquia, tudo isso ao mesmo tempo? Ver praias e montanhas? Planícies e florestas? Mar e grandes rios? Cidades modernas e antigas? Ver o ocidente e oriente? Pois bem, essa possibilidade existe, indo para a Rússia! Lembremos da famosa canção que diz "grande é minha terra natal, nela há muitos florestas, campos e rios".

Muitas pessoas ficam admiradas quando digo que vou novamente à Rússia, "como assim ir ao mesmo lugar?!", perguntam admirados. Talvez achem que é como ir a um parque duas vezes ou algo parecido, mas a realidade é bem diferente. A Rússia é o maior país do mundo, quase 1/6 das terras emersas do nosso globo terrestre. Isto é, para cara 6 pedaços de terra, 1 é a Rússia. Evidentemente, isso significa não apenas um, mas diversos povos (mais de 300) em um mesmo país. Não apenas uma cultura, mas diversas culturas com suas tradições, estilos arquitetônicos, línguas, vestimentas e outras peculiaridades.

Observemos as fotos abaixo. Algum desavisado poderia pensar que é a China ou o Japão. Na realidade se trata da cidade de Elista, capital da Calmúquia, república que fica na parte europeia da Rússia. Sim, na Europa! Lá se fala russo e calmúquio. Além da religião ortodoxa, seus habitantes também professam o islã e o budismo. As fotos apresentam o Pagode dos 7 dias e o tempo budista de Altn Syume, além de um grupo de jovens calmúquios com o Dalai Lama.




E esse imponente vulcão? Onde ele fica? Trata-se de um vulcão em atividade na Península de Kamchatka, no Extremo-Oriente, região da Rússia que fica ao leste da Sibéria, a península fica próxima ao Estreito de Bering, onde, segundo as teorias predominantes, o homem deixou a Sibéria e migrou para as Américas, há milhares de anos atrás. Lá os passeios são feitos geralmente com o auxílio de guias, visto que em determinados locais não é raro encontrar um animal imponente que é símbolo da Rússia, o grande urso!


A foto abaixo não foi extraída do "Descobridor da Suíça", ela traz um tesouro "oculto" da Rússia, as montanhas do Cáucaso conhecidas como Dombay. Enfatizamos que é um tesouro "oculto" por que a Rússia é em grande parte formada de planícies e florestas, assim, o turista tradicional conhece da Rússia apenas lugares como Moscou e São Petersburgo (florestas e planícies), ele raramente vê uma montanha russa propriamente dita! Em Dombay, há estações de esqui bastante populares no inverno e mesmo no verão. Uma qualidade dessas montanhas é que lá se pode ver juntos o sol e a neve, em alguns períodos mesmo presenciar calor, sol e neve, além de belas moças que costumam ficar mais à vontade nesse período. São famosos também alguns edifícios que se parecem com discos voadores, construídos na Era Soviética.





Conhecido como a "Versalhes Russa", o Palácio de Peterhof foi construída sob os auspícios e caprichos do tzar Pedro, o Grande. Em seu desejo de criar uma "janela para a Europa", ele fundou ao norte do país a cidade de São Petersburgo, profundamente influenciada pela arquitetura alemã e holandesa, países onde ele morou durante sua juventude. O tzar Pedro queria ocidentalizar a Rússia, adotando assim muitos hábitos (e vícios) ocidentais. Antes usar longa barba na Rússia era um traço cultural como no Irã, por exemplo, mas ele introduziu na Rússia o hábito de fazer a barba, razão pela qual hoje vemos homens como Putin de barba feita, em vez de um líder similar a um aiatolá iraniano. São Petersburgo (nome que não é russo) foi construída após a vitória sobre um poderoso invasor da Rússia, o Império Sueco, o tzar russo logrou destruir as ambições de criar um império pelo país nórdico. Em São Petersburgo não há um kremlin como nas outras cidades russas, mas há o Palácio de Inverno e outras maravilhas que atraem turistas todos os anos, hoje patrimônio público, após serem expropriadas pelos bolcheviques, que transformaram todo um tesouro num patrimônio de todos.




Mas não foram apenas os tzares que construíram maravilhas na Rússia, os bolcheviques não quiseram ficar para trás. Deste modo, em Moscou, que voltou a ser a capital da Rússia após o fim do Império Russo, foi construído um grande complexo para comprovar a eficiência do sistema socialista, de sua agricultura e de sua indústria. Esse lugar foi denominado "ВДНХ" (lê-se vedeenrá), isto é, "Grandes Feitos da Liderança Popular". Lá pode-se ver uma réplica do foguete de Yuri Gagarin e uma fonte possivelmente baseada no palácio de Pedro. Só que em vez de deuses gregos e romanos, estão representados os povos das 15 repúblicas que faziam parte da União Soviética. Além disso está o Arco do Triunfo dos Povos, a maior pista de patinação do mundo (no inverno!) e o grande monumento ao Operário e à Camponesa. Estão dispostos também no VDNKh vários pavilhões dos povos soviéticos e grandes aviões construídos no período.




Mais ao sul de Moscou, além de cidades muito antigas, está aquela que já foi o maior monumento em forma de gente, maior que o Cristo Redentor e maior que a Estátua da Liberdade, sem o seu pedestal (que representa quase metade de seu tamanho), o Monumento à Pátria Mãe que chama, na cidade-herói de Volgogrado, antes chamada "Stalingrado". O monumento encontra-se no Kurgan de Mamayev, colina onde supostamente está sepultado o corpo do khan mongol Mamay. Há séculos a cidade era a capital da Horda Dourada, o outro nome do Império Mongol. O monumento é gigantesco. Só o pé dele dá mais de 3 vezes o tamanho de um ser humano. Foi construído em honra a mais de 1 milhão de soldados soviéticos que tombaram na defesa de Stalingrado, a maior batalha militar da história. O pequeno ponto colorido na foto abaixo são alguns indivíduos.



Além de tudo isso, a Rússia também reúne importantes centros do Islã. Em alguns lugares da Rússia o Islã é a religião majoritária. Um bom exemplo disso é o lugar abaixo. Nos anos 90, devido ao patrocínio de bilionários sauditas e assistência da CIA, grupos extremistas da Chechênia iniciaram uma guerra civil. A Rússia dos anos 90 era débil e fraca, vivia sob constante ameaça de total desintegração, o que mudou após Vladimir Putin assumir o poder. Na segunda guerra da Chechênia, a cidade de Grozniy foi totalmente destruída, após uma trégua de 2 semanas para que os civis abandonassem a cidade. Ao visitar a Chechênia hoje, é difícil alguém suspeitar que essa cidade foi destruída há 15 anos atrás! Quem vê as fotos pode até imaginar se tratar de um "cruzamento" de Ankara com Dubai.


Ainda no Cáucaso, uma de suas exuberantes belezas naturais são as montanhas da Karbadino-Balcária.



E bem mais ao norte nós temos a Kareliya. Aqui é uma Rússia um pouco diferente, embora tenha status de região, os moradores da Kareliya são em grande parte de origem finlandesa, assim é comum encontrar russos e russas com sobrenomes como "Lukonnen", "Kovalaynen", Hakkinen (imagino que muitos leitores devem ter ouvido falar do piloto de Fórmula 1 finlandês Mika Hakkinen). A Karelya é um pedaço da Finlândia (que já foi terra do Império Russo) na Federação Russa. Seus habitantes falam o russo, embora alguns tenham o finlandês como segunda língua. Em geral se consideram russos. Marca a paisagem o grande número de lagos.


Na Rússia, assim como na Noruega e no extremo norte da Suécia e do Canadá, também pode-se observar um fenômeno que ocorre apenas no extremo-norte do nosso planeta. Os habitantes da cidade de Murmansk, que durante 3 meses tem apenas a noite e durante outros 3 apenas o dia, são privilegiados com o fenômeno conhecido como "Aurora Boreal", quando partículas expelidas do sol conhecidas como "ventos solares" atingem o campo magnético da terra, levando-os para os polos. Em raríssimas oportunidades a aurora boreal é vista além dos polos. Durante o século XIX, cientistas registraram o fenômeno da aurora boreal sobre Cuba, devido a uma tempestade solar, fenômeno que põe em risco toda a forma de vida no planeta Terra. Murmansk também é conhecido pela sua produção de submarinos nucleares de mísseis balísticos. Eles defendem a Rússia através do mar do Norte e podem carregar mísseis nucleares. Seus submarinos foram celebrizados no filme americano "Caçada ao Outubro Vermelho". Lembremos que pelo seu papel defensivo naval, Murmansk foi uma das cidades a receber o título de "cidade-herói".


Mais ao sul temos a Crimeia, que desde 2014 voltou a fazer parte da Rússia (Krimnash!), após o golpe da Maydan, com a ajuda das "pessoas educadas" e de um referendo popular. A Crimeia é conhecida por ser um grande resort, pela cidade-herói de Sevastopol e pelo festival anual de Kazantip, algo parecido com Ibiza, na Espanha. Kazantip é famosa não apenas por suas festas e seu público jovem, como pelo grande número de naturistas, isto é, pessoas que curtem a praia tal como vieram ao mundo.



 

Ao leste, ainda na parte europeia da Rússia, temos a grande cidade tártara de Kazan, capital da República do Tatarstão. Segundo um amigo, Kazan é "uma síntese entre São Petersburgo e a Pequena Novgorod" (a Pequena Novgorod, uma das cidades da copa de 2018, é uma cidade entre Moscou e Kazan). Kazan, de acordo com uma revista da embaixada russa, é "um encontro do ocidente com o oriente". Vale a pena levar a melhor câmera para Kazan e tirar fotos de dia e de noite, quando a cidade também exprime sua beleza exuberante. Lá, além do russo, é comumente falado o tártaro e em cerimoniais religiosos o árabe e turco. Lembremos que Kazan é em números absolutos a maior cidade islâmica da Rússia e a maior da Europa fora de um país de maioria muçulmana. Lá está a maior mesquita europeia, uma "resposta muçulmana" à Catedral de São Basílio cristã  e o seu grande atrativo, o Kremlin de Kazan que, tal como o Kremlin de Moscou há 200 anos atrás, conserva suas muralhas na cor branca. Há poucos metros da mesquita também está uma catedral cristã. Para visitar o interior da mesquita muçulmana deve-se tirar os sapatos e as mulheres usar um grande véu geralmente arranjado pelo sacerdote. Na catedral ortodoxa os homens devem tirar a cobertura e as mulheres devem usar um pequeno véu, geralmente disponível na entrada. Para se deliciar com as belezas da cidade, recomenda-se visitar não apenas o Kremlin de Kazan, como também observá-lo a partir da outra margem do rio Volga, aproveitando os pontos altos e baixos que Kazan oferece e que faz um enorme diferencial em sua paisagem em relação às grandes cidades russas!




E esse é apenas um pedaço do que está espalhado por milhões de quilômetros quadrados do território russo. Não falamos dos grandes ferreiros do Cáucaso, capazes de forjar lâminas capazes de cortar até a alma ou de facas afiadíssimas ricamente decoradas com gemas, nem das cidades da Rússia antiga, a "Rus", muito menos das catedrais ortodoxas. E assim temos uma breve noção da diversidade cultural, arquitetônica e linguística que existe na Rússia. Visitá-la mais de uma vez é quase como visitar um novo planeta!

Alitalia lança promoção de viagem para a Rússia

Nessa sexta-feira foi detectado um certo número de passagens promocionais para a capital do maior país do mundo, Moscou.

Conforme já relatado em vários artigos deste blog, a Alitalia possui um bom serviço de bordo e bons pilotos, estando agora associada ao programa Smiles.

A passagem sai de São Paulo e custa R$ 1400,00 (sem taxas inclusas), o que é um excelente valor, tomando em conta que o preço custa em média 3500 reais.

Confiram:

http://www.melhoresdestinos.com.br/promocao-passagens-moscou-3.html