sábado, 29 de dezembro de 2018

O que veio em troca da União Soviética?

Segundo o presidente da Rússia Vladimir Putin, a queda da União Soviética foi a pior catástrofe do século XX, o que veio em troca do grande país que deixou de existir em 1991?



O bicho
Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A lenda do Pica-Pau e da fundação de Nijniy Novgorod

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Montes do Pica-Pau (Dyatlovye gory) em Nijniy-Novgorod
Na cidade de Nijniy Novgorod (literalmente, Baixa Novgorod ou Pequena Novgorod), um dos locais mais visitados pelos viajantes é um belíssimo monte conhecido como "Monte do pica-pau", uma colina notável em plena cidade, conectada à própria história de sua fundação. Mas por que é chamado de "Montes do Pica-pau"? Lá habitava o famoso Pica-pau?
Conta uma lenda muito antiga que existe na milenar civilização russa que na Mordóvia havia um mordóvio chamado "Skvorets", por uma razão curiosa, quase todos os personagens de antigas lendas e contos de fada russo têm nomes de pássaro. Ele era polígamo, tinha 7 esposas e muitos filhos! Certa vez, percebendo que sua família estava crescendo demais, ele resolveu ir até o monte e procurar um homem conhecido como "Feiticeiro Pica-pau".
Ao conhecer o Pica-pau, Skvorets pediu-lhe que adivinhasse qual seria o futuro de sua família, se aquelas terras mordóvias pertenceriam para sempre aos seus filhos ou não. O feiticeiro Pica-pau então, disse-lhe que se os seus filhos permancessem unidos as terras teriam sempre deles, mas se entrassem em dissensões, eles perderiam aquelas terras para um novo conquistador.
E assim aconteceu, a família numerosa de Skvorets entrou em dissensões, em escaramuças, a divisão entre eles enfraqueceu-os, até que certo dia chegou um conquistador daquelas terras, um povo eslavo que tinha como a sua mais rica cidade a Grande Novgorod! Este povo era conhecido como "russo". Assim, os russos conquistaram a Mordóvia, fundando naquele lugar uma cidade que representasse o poderio da Grande Novgorod, fundando então um kremlin nos montes onde um dia morara o feiticeiro Pica-pau, surgia assim a Pequena Novgorod, isto é, Nijniy Novgorod, que assim como Moscou, Constantinopla e Roma é uma das grandes cidades do passado fundada sobre colinas.
Nos montes do Pica-pau (Dyatlovye gory) pode-se ver não apenas o belíssimo Kremlin de Novgorod, que segue o relevo natural da colina, como também restaurantes, museus, teatros e pontos de grande de grande importância cultural. O Kremlin de Nijniy Novgorod é um símbolo da cidade e é considerado um dos mais belos da Rússia. De lá pode-se ver também um grande projeto hidrográfico soviético conhecido como "A flecha" (Strelka), um cartão postal da cidade no qual encontram-se dois grandes rios.
Lembramos aos nossos leitores que nas florestas do norte da Rússia é muito comum ouvir o som da ação de um pica-pau.
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Vista da flecha a partir do Kremlin de Nijniy Novgorod, nos Montes do Pica-Pau
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Segundo a lenda, morava nos montes o "Feiticeiro Pica-Pau", que não é o que você pensou

Como é uma cidade praieira russa

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Parque aquático em Anapa
Uma praia do nordeste do Brasil? Não, esta é a cidade russa sulista de Anapa, até o nome soa familiar (apesar do A não anasalar). Ao contrário do Brasil, na Rússia o sul está sempre associado ao calor.

Anapa é um resort sulista na Região de Krasnodar, na Rússia, seu clima é quente durante boa parte do ano, a região é sempre ensolarada e seu inverno é muito curto. Ao contrário da capital, Krasnodar, Anapa desfruta da brisa do Mar Negro, bem pertinho de Sochi, cidade da Copa do Mundo da FIFA de Futebol 2018. O que Anapa oferece ao visitante?

O brasileiro tradicional é litorâneo, afinal no Brasil grande parte da população vive perto do litoral, incluindo aqueles que moram há 3 horas no máximo de uma praia. Poucas cidades grandes do Brasil, com mais de 2 milhões de habitantes, encontram-se longe do litoral, sendo a capital Brasília uma exceção. Mesmo em cidades como São Paulo ou Curitiba o literoal está pertinho.

Mas na Rússia, ao contrário do Brasil, grande parte da população situa-se no interior geográfico do país, o russo médio é interiorano, habita megalópoles como Moscou, a quase 9 horas de um litoral, Ecaterimburgo, a dias de um litoral ensolarado, ou Krasnoyarskiy, a muitos quilômetros de um literoal. Dentre as grandes cidades, Sevastopol, São Petersburgo e Vladivostok são exceções, mas suas praias deixam a desejar. Há cidades como Arhangelsk e Murmansk, mas normalmente ninguém quer tomar banho no Oceano Glacial Ártico ou no Mar Branco, só no Mar Negro, quando se trata de águas, há muita discriminação na Rússia!

É no sul da Rússia que estão as praias quentes e ensolaradas do Mar Negro e do Mar de Azov, dentre as quais cidades como Anapa, Gelendjik, onde até comemora-se o carnaval, e Sochi, que cresce cada vez mais e lidera o desenvolvimento no sul da Rússia. À beleza da cidade somam-se as quase intermináveis colinas, onde inicia-se os montes da famosa cordilheira conhecida como "Cáucaso".

É em Anapa que pode ser visto árvores extremamente exóticas e raras no mundo botânico russo, as palmeiras!

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domingo, 9 de dezembro de 2018

Reencenação nas Margens do Nevá

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Cristiano Alves com a veterana Tamara Rodionovna do Bloqueio de Leningrado e da Batalha das Margens do Nevá
Neste domingo se deu um grande evento de reencenação nas Margens do Nevá (Nevskiy Pyatachok), lá combateram as melhores pessoas de Leningrado, servindo como um escudo que defendeu a cidade soviética da invasão fascista.

A Praça de Armas Nevskiy Pyatachok (Margem do Nevá) reúne os corpos e até equipamentos de dezenas de milhares de soldados. Dentre os combatentes que sobreviveram estiveram nomes como a veterana Tamara Rodionovna, da arma de Comunicações, telefonista de campanha, e o infante Vladimir Spiridonovich Putin, um operário, filho do cozinheiro de Lenin e Stalin, quatro anos depois da guerra ele se tornaria pai e viveria no sudeste de Leningrado, próximo do metrô Internacional (Mejdunarodnaya), seu filho viria a servir no KGB em Berlim, na Alemanha Oriental, e hoje ocupa o posto de presidente da Federação Russa, Vladimir Vladimirovich Putin.

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Vladimir Spiridonovich Putin, um dos sobreviventes da batalha às Margens do Nevá (Nevskiy Pyatatchok)

domingo, 25 de novembro de 2018

Trotskiy, Lenin, Stalin e Hitler nas fileiras do Exército Vermelho

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Hitler no Exército Vermelho

É sabido que Stalin visitou a frente de batalha em comboios muito bem disfarçados para evitar a aviação alemã. Porém, Lenin e Trotsky como combatentes, e até mesmo Stalin, são grandes novidades.

O Segundo-Sargento do MatBel Dmitriy Trotskiy foi condecorado pela Tomada de Budapeste e pela Libertação de Belgrado.

O Capitão servidor-político Pyotr Yefimovich Lenin recebeu a Ordem da Guerra Patriótica, da Estrela Vermelha, por Merecimento em Combate e pela Defesa de Stalingrado.

E até Stalin combateu em Stalingrado, não Iossif Vissaryonovich ou os seus filhos Vassiliy Yossifovich e Yakov Yossifovich, mas o stalingradense Sergey Ivanovich Stalin. Ele foi condecorado por Mérito de Combate e em 1985 recebeu a Ordem da Guerra Patriótica de Segunda Classe.

É sabido que todos eles lutaram ao lado de Hitler, isto é, o soviético Semyon Konstantinovich Hitler. O Hitler soviético foi um dos heróis da Segunda Guerra Mundial, e ele não foi um caso isolado! Nos arquivos soviétiocos estão vários Göring, Bormann, Hess e Manshtein.

O soldado metralhador Hitler ficou notável pela sua galhardia na defesa da Moldávia socialista, quando num ponto elevado defendeu com sua metralhadora um acesso que levava a pontos estratégicos, mesmo ferido, ele não abandonou o seu posto. Quando a munição acabou, ele fugiu ao cerco nazista, juntando-se a outras tropas soviéticas. Participou da Batalha de Odessa. Por ironia do destino, o Hitler soviético pertencia ao povo que o Hitler austríaco queria exterminar, os judeus.

Logo após a guerra, os parentes de Semyon Hitler mudaram o seu sobrenome para "Hitlev", afim de evitar algum tipo de mal-entendido com os habitantes locais (na URSS e na Rússia o nome revela uma série de informações ao seu respeito, tais como quem era o seu pai, procedência nacional e sua religião). Alguns deles emigraram para Israel. Circula a lenda de que os nazistas evitavam exterminar judeus que tivessem o mesmo sobrenome que o seu Führer, o mito eleito pelos donos da Alemanha.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A lenda do Ladino Rouxinó

Na Rússia existe uma lenda muito antiga, ela conta-nos sobre um monstro que habitava os cruzamentos das estradas que levavam à grande Cidade-Estado de Kiev, então um dos centros da Rússia Antiga, assim como a Grande Novgorod, Vladimir, Ryazan e outras. Segundo algumas fontes, tratava-se de uma ave monstruosa antropomórfica. Algumas outras fontes apresentam-no como um ser humano, um tártaro ladino, alguns afirmam que o mito é baseado num personagem histórico que realmente existiu, seu nome, Ladino-Rouxinó (Solovey Razboynik).

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O ladino-rouxinó e Iliya Muromets

Segundo a lenda, o Ladino-Rouxinó era capaz de emitir um assobio ensurdecedor, um som agudo que assustava os cavalos, os guerreiros, desorientava todos e permitia que o ladino atacasse os ricos mercadores que iam para Kiev. O seu assobio era a sua arma. Durante quase 30 anos não havia um só que conseguisse passar pelo Ladino-Rouxinó. 

Verdade ou apenas lenda, o fato é que a Rússia possui várias lendas antigas que ajudarão a você a descobrir a cultura, a mentalidade e história deste maravilhoso país.

A República Popular de Lugansk faz filme sobre o Donbass


Trailer-teaser do filme Opoltchyonotchka (A insurgente), feito no Donbass. 
O filme trata dos acontecimentos drásticos de 2014, quando a extrema-direita ucraniana tomou o poder e pretendia massacrar os russos que não concordassem com o golpe de Estado em Kiev. Seu lançamento é previsto para maio de 2019.



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Os deuses da mitologia russa

Vamos falar um pouco de mitologia russa?

Muitos seres e artefatos da mitologia russa são conhecidos no mundo todo graças à influência de bandas de rock metal como Arkona, Kalevala, Alkonost, dentre outras, geralmente notável pela qualidade vocal de suas cantoras. Na Rússia também há nomes masculinos associados a grupos como Skolot, dentre outros. Com a popularidade de jogos eletrônicos de RPG como World of Warcraft, a mitologia e o folclore acabam readquirindo sua importância como fator étnico cultural.

Antes do Batismo da Rússia, que se deu sob o reinado do príncipe Vladimir, os russos acreditavam em vários deuses, sempre cultuados em terreiros, representados por grandes ídolos de madeira fincado metros abaixo do solo para que não caíssem de forma alguma. Alguns estudiosos afirmam que os ídolos eram o próprio Deus em si, e não a sua "representação".

Como em muitos povos antigos, pagãos, acreditava-se que os deuses influíam no clima, na guerra, no trabalho e em outros momentos da vida diária. Os eslavos do leste também acreditavam na existência de criaturas sobrenaturais no cotidiano, demônios que podiam criar certas situações. Vamos conhecer alguns deles.

- Svarog

Deídade associada ao fogo celestial, ele era a deídade favorita dos ferreiros. A ele estavam associadas todas as luzes que brilham no céu, Dajbog, o sol, seu filho, as estrelas, a luz da aurora boreal, os planetas, dentre outros. Foi descrito pela primeira vez em textos escritos nas crônicas de João Malala. Alguns afirmam que se trata do "principal" ou "mais alto" deus pagão, porém essa afirmação é equivocada, pois no verdadeiro paganismo, tradicional, não havia uma "deidade maior", cada Cidade-Estado tinha seu "deus principal" que podia mudar conforme mudava-se o governante derrubava-se um ídolo e erguia-se outro em seu lugar.

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Svarog
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A estrela de Svarog
- Veles (noutras fontes Volos)

Deídade do rebanho e do comércio, amigo dos animais, era a deídade favorita dos mercadores e comerciantes. A ele sempre estava associado o gado e a riqueza. Ainda hoje, pode-se encontrar na região de Leningrado a "Vila de Veles", isto é, uma vila chamada Volossovo. Em seu brasão encontra-se a representação do deus pagão Veles (Volos), porém é apenas um nome, há milhares de anos a vila reune em grande parte cristãos, ateus, muçulmanos e judeus. A representação do ídolo de Veles também pode ser vista no monumento aos 1000 anos da Rússia, por trás de um soldado tártaro caído na cidade de Velikiy Novgorod. Os pagãos modernos apresentam-no como "deus da sabedoria".

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Representação artística de Veles

Brasão de Volossovo, isto é, "Vila de Volos", no Distrito de Leningrado

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Amuleto com o símbolo de Veles
- Perun

Deídade da guerra e do trovão. Ao contrário de Veles, geralmente adorado pelas pessoas comuns, Perun era adorado pelos russos variegues, guerreiros. O seu culto envolvia o sacrifício de animais, segundo algumas fontes, por vezes sacrifícios de seres humanos.

Perun foi um dos deuses que compôs o panteão do príncipe Vladimir, antes deste aderir ao Cristianismo. Perun tinha como a sua árvore sagrada o carvalho, adorado pelos seus seguidores.


- Simargl

Uma das deídades do panteão de Vladimir e única deidade zoomórfica dos eslavos do leste, um cão alado que chegou aos eslavos por influência da mitologia iraniana. É importante lembrar que muitos termos empregados na língua russa e pelos eslavos do leste referentes à religião vem do planalto do Irã, alguns até mesmo do sânscrito, por exemplo, o termo "Svarog" vem de "Svarga", o próprio termo "bog" (usado também para descrever o deus cristão) vem da língua pérsica, "bôgu".

O nome Simargl vem de "Simurg", o análogo iraniano do deus russo. Simargl é considerado um deus mensageiro entre o céu e a terra. Sua representação e função é muito parecida com a do grifo, animal presente na mitologia pérsica, grega, egípcia e também russa!

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Representação de Simargl, deus eslavo
Representação de Simurg, ente mitológico iraniano
- Grifo

O grifo não era um deus, mas um ente mensageiro do céu, muito esculpido em amuletos e joias de cidades muito antigas como a Velha Ládoga. Foi recepcionado pelo cristianismo, mesmo chegando a ser esculpido na fachada de igrejas históricas da Grande Novgorod.

Anel novgorodense com um grifo (reprodução)
- Aves sagradas: Alkonost, Siren e Gamayun

Aves mitológicas sagradas. Ambas tem muito em comum, eram aves mensageiras, Alkonost da alegria e da felicidade, Siren da tristeza e do infortúnio. Fisicamente são muito semelhantes, aves com a cabeça de uma donzela. Uma delas tem o olhar generoso, tímido, outra tem o olhar triste. Ambas guardam a árvore da vida. Siren chegou à mitologia russa através do contato com os gregos, estes inicialmente representavam-no como uma mulher alada, mas depois acabou ganhando uma cauda de peixe, conhecida na língua portuguesa como "sereia". Alkonost possui uma voz encantadora e gosta de cantar, ela possui braços.

Gamayun é uma ave considerada emissária do deus Veles, ela sabe de tudo, tem a resposta para como o mundo surgiu, como surgiram os homens, para todas as questões. Gamayun tem o olhar vívido, penetrante.

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Vasnetsov: Sirene e Alkonost
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Ilustração contemporânea de Gamayun
Demônios dos eslavos do leste

Assim como os eslavos do leste acreditavam em diferentes deus, eles também acreditavam em demônios, isto é, espíritos inferiores vagantes relacionados a diferentes ambientes, geralmente na qualidade de guardião destes ambientes.

- Vodyanoy

Espírito da água que nelas habita. Costumava afogar damas em lagos e rios. Para os russos do norte ele não era exatamente um demônio, mas o "rei das águas", que coincide com o mito do "rei dos mares", mencionado na história do mercador aventureito Sadko. Acreditavam os russos do norte (entenda-se, de Velikiy Novgorod), que o rei dumar habitava em um grande palácio bem no fundo dos rios e que morava também no fundo dos lagos. Conta-se que ele podia transformar-se em diversos peixes, é descrito de diferentes formas, inclusive como um velho barbudo com cauda de peixe e mebranas nas mãos.


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- Domovoy 

Era um espírito doméstico, relacionado à guarda do lar e ao crescimento das crianças. Seu nome, a propósito, vem da palavra "dom", isto é, "casa", em russo. Para alguns o domovoy era o espírito de entes mortos da família. Após o cristianismo, passou a ser tido como um demônio, surgido de um homem que morreu sem se arrepender, ou de anjos caídos. Por isso passou a ser aceito consagrar a casa antes de nela habitar, a fim de protegê-la de espíritos malignos que possam nela habitar.

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- Lyesnoy (Leshiy)

Espírito da floresta capaz de produzir todos os seus sons ou conversar na língua dos humanos. Assim como os demais espíritos vagantes, Lyesnoy (do russo "lyes", floresta), tem seu próprio terreno de ação, as florestas e bosques da Rússia, que ocupam a maior parte de seu território. Exatamente por isso era um dos mais populares espíritos inferiores. 

Podia fazer as pessoas se perderem nas florestas, em especial aqueles que iam à sua procura, para que isso não acontecesse, havia um ritual para evocá-lo, as pessoas deveriam estar direcionadas para o norte, usar gravetos de bétula e gritar "Dyedushka!" (Vovô!).


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Lesnoy
- Kikimora

Um demônio caseiro que em raros casos habitava também bares e saunas. Ao contrário do domovoy, considerado como "ajudante da casa", a Kikimora não apenas tinha um aspecto horripilante, como atormentava as donas de casa preguiçosas, ela vivia na sujeira e perturbava o lar.

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Acredite você ou não em mitologia, tenha você ou não uma religião, a Rússia irá surpreendê-lo com fantásticas histórias. O certo é que todos esses entes como Svarog, Perun, Veles, Domovoy, Kikimora são em nossas dias não apenas lendas de um passado remoto, mas também nomes associados a grandes obras musicais de bandas de metal, ao trabalho de exímios tatuadores, pintores, pintores, escultores, desenhistas, artesãos, escritores e compositores como Lyadov. Claro, não podemos deixar de falar também de grandes espetáculos teatrais em suntuosos teatros como o Bolshoy e o Teatro Mariinskiy.


Antes de qualquer coisa, a mitologia nos ajuda a compreender a história, as crenças e valores do povo russo e de seus ancestrais que viveram em épocas muito remotas. Se vier a Rússia, você irá saber mais sobre esta fantástica cultura com o Russificando.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Letônia proíbe airsoft para conter "influência russa"

Original: https://vk.com/wall-34516587_84595
Fontes: https://www.fontanka.ru/2018/09/06/111/
http://lr4.lsm.lv/lv/raksts/novosti/peyntbol--v
Tradução: Cristiano Alves

O parlamento letão aprovou, em sua segunda leitura, a lei de segurança nacional que proíbe o airsoft e outros jogos militarizados. O assunto foi abordado no dia 6 de setembro na rádio letã.

O projeto foi preparado junto à polícia de segurança, afirmou o deputado Karlis Serjants. De acordo com ele, parte desses times "imitam completamente em seus jogos situações características do exército ou forças de comandos".

- E não é nenhum segredo que muitos grupos de participantes desses jogos não são leais à Letônia. Assim, não há nenhuma garantia de que uma vez obtidas determinadas capacidades, então, digamos, na hora H, eles deixarão de usá-la contra o Estado - concluiu o deputado.

A polícia de segurança da Letônia leva a sério os jogos militarizados como um meio de obter aptidões de caráter militar de países indesejáveis (nota da tradução, um eufemismo para Rússia). Isso foi enfatizado na última leitura do projeto. A polícia então enfatizou ser indispensável proibir o airsoft.

Lembremos que ainda em dezembro de 2017 três jogadores de airsoft da Rússia foram detidos na Letônia. Eles viajavam num ônibus de São Petersburgo para o primeiro torneio do Báltico (mar que une a Rússia, Finlândia, Suécia, Letônia, Estônia e Lituânia) de airsoft (em russo, strikeball) a convite dos organizadores. Nessa viagem, nossos compatriotas não levavam consigo nem mesmo equipamentos. Em sequência, eles foram interrogados e deportados, e os jogos foram cancelados.

Em agosto de 2016, moradores das proximidades do distrito de Tsena Ozolniekskiy informaram sobre militares russos que se movimentavam em direção a Riga. Os agentes do serviço secreto encontraram jogadores de airsoft, em vez de militares. Assim, detidos pelos policiais, os homens estavam vestidos com uniformes militares e com eles havia cópias de armas militares russas. Eles informaram que os jovens foram soltos após uma conversa investigativa. Todavia, os russos informaram que foram espancados e torturados com choque elétrico.

Comentários do Russificando: Cada país decide como será a sua política interna, porém, os fatos arrolados deixam mais do que evidente de que, ainda mais em se tratando da Letônia, trata-se de uma clara política de russofobia!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Artista russo ilustra seu blog com trabalhos originais

Sempre que falamos em Rússia, existe uma tendência de certos círculos intelectuais no Brasil valorizarem exclusivamente o trabalho de autores de certo povo minoritário da Rússia ou de emigrados (Soljenitstyn, Kandinskiy, Brodsky...), e não basta ser emigrado, é preciso que ele seja antissoviético pelo menos em certo grau. Nem mesmo o escritor Eduard Limonov, expulso da URSS, ganhou seu lugar de fama no ocidente (exceto por um romance no qual o personagem principal efetua um ato homossexual). 

Geralmente, quando se trata de qualquer artista ou mesmo político russo que careça de uma visão cosmopolita ele é rapidamente tratado como "fechado", "chovinista" ou recebe alguma conotação negativa. Importante lembrar que isso sai do campo artístico e se extende ao campo político, por exemplo, Stalin é fortemente criticado pela tese do "socialismo num só país", em detrimento da "revolução permanente" de Trotsky. A própria Revolução Russa é aceita por grande parte da esquerda ocidental somente no período que vai até os anos 20, não por ter remodelado a estrutura social, política e econômica russa, mas por "revolução sexual". 

Artistas russos que tratam de uma temática relativa à vida diária da Rússia são geralmente ignorados ou mesmo menosprezados, porém o Russificando foi atrás de um desses artistas contemporâneos. Pessoas extremamente carrancudas, sátira política e social fazem parte da arte em óleo do blogueiro Vassiliy (Vassya) Lojkin, que eternizou a sua arte na Rússia através das redes sociais.

O estilo do artista russo é bastante peculiar. Por vezes seus personagens sorriem, especialmente o gato. Além de telas, mitos dos seus trabalhos são anúncios de concertos, inclusive dele próprio, que também é músico. E, geral, eles ilustram o seu próprio blog. Se você fizer um passeio na Rússia, não deixe de prestar atenção na internet russa e no que os russos criam.

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"Ayda", vamos para o espaço!

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A verdadeira revolução começa de surtina!

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Adeus, Terra

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Conerto no clube Manifesto

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Concerto de rock no dia 27 de abril

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Camarada, compre um machado, apoie o artista

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A dama no tualete noturno

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Por que não comer um cogumelo papa-moscas?

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A cosciência cala-se

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Quem ofendeu o gatinho?

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Chegou a hora

Ativista russo é preso assim que sai da prisão

Na Rússia o ativista Aleksey Navalniy foi preso assim que saiu da prisão.
Após ficar preso por 30 dias, o ativista russo Aleksey Navalniy foi novamente preso pela polícia assim que saiu de sua prisão às 05:00 da manhã, ele já era esperado pelos "mienty" (como são chamados os policiais no popular). O policial saudou-o e comunicou a sua nova prisão, o que Navalniy recebeu com surpresa.
A razão foi a organização de mais protestos não autorizados assim que saiu da prisão. Navalniy é responsável por organizar séries de protestos não autorizados pelo governo, inclusive atrapalhando outros eventos e reuniões.
Importante lembrar que a Rússia tem liberdade de reunião e manifestação, devendo ser estas, entretanto, autorizadas previamente pelo poder público.

Veja o vídeo:


sábado, 15 de setembro de 2018

O festival Bitva na Nivye


Por que os petersburguenses não gostam de Dostoyevskiy?

Por que na cidade na qual viveu o grande Dostoyevskiy, na qual ele escreveu Os Irmãos Karamazov ele não é especialmente amado? É difícil achar um apreciador de Dostoyevskiy em São Petersburgo, apesar de que mesmo no semi-alfabetizado Brasil ele é amado quase como um profeta, tal como Tolstoy (é verdade que dentre aqueles mais intelectualizados).

Até o museu de Dostoyevskiy sempre está pichado, o único museu pichado que vi em São Petersburgo. Uma conhecida da Hungria ficou chocada (ela também gosta dele)

A que isso se deve? Dostoyevskiy não é político! Essa é uma pergunta sem resposta por enquanto. Vale lembrar que em São Petersburgo há um monumento a Dostoyevskiy instalado nos tempos de Lenin, perto do metrô Dostoyevskaya.

domingo, 2 de setembro de 2018

Reencenadores retratam a galhardia dos fuzileiros navais da URSS

ВЕРСИЯ НА РУССКОМ ЯЗЫКЕ
Com um tanque leve T-80 no Golfo da Finlândia 

A Cidade-Herói de Leningrado-São Petersburgo sofreu o maior cerco do qual se tem notícia da história, o terrível Cerco de Leningrado. Ele ceifou a vida de milhões de pessoas, mulheres, crianças, idosos... ninguém escapou à fúria genocida do Führer! O historiador Yegor Yakovlyev descreve em sua obra "Voyna na unitchtojenya: chto Tretiy Reyh gotovil dlya Rossii" (Guerra de Destruição: o que o Terceiro Reich preparou para a Rússia), o magíster da Capital do Norte russa descreve as minúcias do Plano Backe para o extermínio de pelo menos centenas de milhões de russos.

A despeito do fracasso do Plano Backe, as cicatrizes deixadas pelo Reich nazista foram profundamente graves, o famoso Palácio de Peterhoff, construído pelo tzar Pedro, o Grande, não escapou à sanha rapace dos nazistas. A cidade deveria deixar de existir e se transformar num grande canal. Estátuas de ouro centenárias foram roubadas, mas em 1944 esse pesadelo acabou!

Tudo que pode ser visto hoje se deve a uma das maiores operações de desembarque naval da II Guerra na União Soviética, os "Diabos Marinhos", fuzileiros navais comunistas que atacaram as defesas costeiras nazistas, situadas em torno de Peterhoff. 

Considerada a capital da reencenação histórica, São Petersburgo vivenciou no primeiro domingo de setembro de 2018 um evento que lembrou desse fato e honrou os que tombaram para libertar aquela que é considerada a mais bela capital europeia! O evento foi narrado para a multidão, que pôde conhecer o que aconteceu e o que representou o grande acontecimento.

Enquanto o ocidente decadente dança sobre as tumbas dos soldados do Exército Vermelho, que libertaram não só a URSS, como também outros países, com estórias esquizofrênicas sobre "milhões de mulheres vítimas dos soldados do Exército Vermelho em Berlim", o povo russo, com talento e entusiasmo, organiza eventos que ensinam as pessoas de todos os países sobre o preço da Grande Vitória!

Reencenadores da tripulação de um tanque alemão Panzer III



SS prepara-se efetuar a defesa da costa em viatura camuflada
Tanque Panzer III, você não precisa ir até a Alemanha para ver um desses
Além das batalhas, os eventos do clube "Krasnaya Zvezda" (Estrela Vermelha) reencenam momentos da vida diária soviética

Além da reencenação militar houve também a reencenação da moda de época, acompanhada da orquestra naval


Exposição de um fuzil M-1 Garand na barraca dos "americanos", isto é, reencenadores das forças dos EUA
Wehrmacht (literalmente Máquina de Guerra) é o nome das forças alemãs do III Reich

Dois reencenadores da Idade Média conferem os reencenadores da Idade Contemporânea

Com uma reencenadora do Exército Americano da IIGM

Dois reencenadores do Exército Americano assistem ao evento (forças americanas não tomaram parte no fato histórico) 
Sob cinzas de explosões e poeira, o Exército Vermelho parte para o ataque