terça-feira, 30 de maio de 2017

Visita de Yuri Gagarin ao Brasil


O poder da espada variegue

Neste fim de semana, encerrou-se na Rússia o festival "A lenda dos variegues da Noruega". Os variegues não compunham uma "etnia" exatamente, era na realidade um estilo de vida seguido geralmente por tribos da Noruega, do Báltico e das terras eslavas. A Crônica de Nestor, um dos mais importantes documentos históricos da Rússia Antiga, menciona Ryurik, o ruivo, como o primeiro governante de Kiev, escolhido pelos mercadores da cidade, ele próprio um variegue eslavo (e não escandinavo como pensam alguns), o que atestam exames de DNA feitos em achados arqueológicos. Em alguns casos raros, há relatos sobre um viking de pele escura nas sagas nórdicas escritas na Islândia conhecido como Heljarskinn (literalmente, "Pele negra").

Uma das armas brancas mais poderosas já desenvolvidas para a sua época foi a espada variegue, cujo propósito era não apenas cortar, como também partir armaduras e perfurar através delas, o que explica o seu formato e constituição. Ela foi adotada na Rússia Medieval, que em termos militares não era nada original, suas armas eram compradas ou copiadas por ferreiros experientes dos variegues ou dos cazares, que controlavam um grande império judeu, mais tarde os russos passaram a utilizar armas mongólicas. O blog Russificando mostra o poder de uma espada variegue, que nos dias atuais ainda é produzida na Rússia por hábeis ferreiros, como o mestre-artesão tuliense Aleksey Bochkaryov, que o autor do blog teve o privilégio de conhecer!
O vídeo abaixo mostra o poder de corte dessa espada.




sexta-feira, 19 de maio de 2017

Chegada do calor na Rússia.

Agora que o tempo começou a esquentar na Rússia, na segunda metade da primavera, até parece que é outro país. As pessoas não se vestem mais como militares, agora se vestem como no Brasil, alguns ainda resistem usando jaquetas. Os militares já não parecem mais astronautas com seu casaco camuflado estofado de umas 4 camadas, agora usam apenas a gandola, camisa e gorro ou quepe, não mais a ushanka. Você sabe que já não pode mais caminhar ou patinar sobre rios, lagos e no belíssimo Canal do Griboyedov. As folhas já começam a nascer, assim como as flores dos canteiros. Nas ruas começam a aparecer motos e ciclistas. Nas calçadas os patins de rodas ocupam o lugar dos patins de inverno. Os russos já usam os seus brinquedos como patinetes, inclusive eletrônicos.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Bronzear-se na Fortaleza de Pedro e Paulo

Uma das melhores coisas para fazer em São Petersburgo num dia ensolarado sem dúvidas é bronzear-se na Fortaleza de Pedro e Paulo. Quem se bronzeou em Fortaleza, não vai se arrepender de se bronzear "na Fortaleza", há sol o suficiente, e mesmo que a temperatura esteja perto de 10 graus, o simples ato de se encostar na parede de pedra torna tudo melhor, já que a laje irradia o calor do sol e corta o vento vindouro. Certa vez um turista paulista, vestido da cabeça aos pés, admirou-se diante de mim pela coragem dos russos. Uma amiga americana postou em seu Instagram uma foto na qual a mesma turma bronzeava-se em pleno dia com gelo e neve!
Em vez do oceano pode-se ter uma excelente visão que inclui a Catedral do Sangue Derramado, de Santo Isaque, Hermitage, dentre prédios históricos que por si só já são um museu. Mas a melhor parte é a possibilidade de conversar com cidadãos soviéticos. Os jovens de São Petersburgo parecem não gostar de se bronzear, ao menos não em São Petersburgo, meu antigo vizinho fez questão de comparar a tonalidade da pele dele com a minha após passar 2 semanas se bronzeando no mar negro em Krasnodar. 
Ao contrário das praias do Nordeste (do Brasil!), pode-se passar o dia inteiro sob o sol sem se preocupar com queimaduras, afinal, lembremos que estamos no norte do nosso planeta. O melhor de tudo isso é que os cidadãos soviéticos frequentemente tem conversas muito interessantes. Certa vez conheci Volodya, um ancião nascido nos tempos de Stalin, com uma longa barba, como um profeta ou um monge ortodoxo, um ancião bastante sábio, ele me falava da vida na União Soviética e na Rússia de hoje, os prós e os contras de cada. Ele e seu amigo me convidaram para retornar depois para beber kvas caseiro com eles (kvas é uma bebida russa feita a partir do pão, muito gostosa).
Além da visão e da fala, também é contemplado o sentido da audição. A música que os russos, ou melhor dizendo, os soviéticos, ouvem na praia é a melhor possível. Pode-se ouvir grandes clássicos da música francesa e italiana, o meu vizinho até ouvia "Roberta" de Peppino di Capri, minha música favorita da Itália. Claro que somava-se a isso grandes clássicos da música soviética como Georgiy Ots e Mark Bernes, e na trilha sonora ainda entrava a música de Anna Guerman, uma magistral cantora polonesa filha de alemães soviéticos que cantava em russo (Guerman é forma russificada de Hörman), dona de uma voz divina (após a sua morte, os astrônomos soviéticos consagraram o nome de uma estrela com o seu nome). Uma concepção um pouco diferente de praia.
Infelizmente, no Ocidente decadente muitas pessoas estão muitos preocupadas com valores "metrossexuais", e assim estão muito mais preocupados não com o momento em si e a sensação, mas sim em avaliar o estilo de traje de banho que o outro está utilizando ou em reparar em certos detalhes desnecessários, como um rapaz que parecia nunca ter visto uma senhora se bronzear sem a parte de cima ou um jovem que ficou impressionado com uma foto minha em traje de banho com duas garotas vestidas de casaco, foto que tirei para o contraste, mas que despertou fantasias pervertidas na sua mente suja ocidental consumista, o que o mujique russo, a versão russa do caboclo, do "cabra macho" nordestino, chama em sua música popular de "cultura sodomita" (com todo respeito por aqueles que discretamente seguem seu estilo de vida peculiar).



quinta-feira, 4 de maio de 2017

Um passeio pela Avenida Nevsky



A Avenida Nevsky é consagrada pela literatura universal da Rússia, Gógol dedicou um livro inteiro a ela. Os petersburguenses, orgulhosos por um dia terem sido a capital do país e serem considerados a capital cultural da Rússia, são muito conhecidos no país pela sua vaidade e elegância, por seu estilo peculiar, não raro alvo de anedotas em filmes, uma amiga de Vladivostok garante que os vladivostoquenses são ainda mais estilosos. Num dos 70 dias de sol que São Petersburgo tem durante o ano inteiro fizemos uma pequena caminhada que leva até o Hermitage e outra que vai em direção à Praça da Insurreição (Ploschad Vosstaniya). Confira como é um dia ensolarado na cidade de São Petersburgo no início de maio, uma das cidades da Copa do Mundo de 2018. 

A Rússia é xenófoba? Um ponto final à pergunta mais comum!

Nota: A Rússia comemora festivais culturais de diversos povos não-russos, dentre os quais o Johannus (finlandês), Festival dos Vikings da Noruega (variegue), Festival Gatingo de Cultura Africana, além de poder ser encontrada na Rússia uma variedade de centros de capoeira, danças latino-americanas, língua portuguesa, espanhola, inglesa, alemã, dentre outras. As ruas da Rússia possuem diversos nomes de personalidades não russas, dentre as quais, só em São Petersburgo, as ruas Siqueiros, Santiago de Cuba, Bela Kuhn (Hungria), Ho Chi Min (Vietnã), dentre outras!










terça-feira, 2 de maio de 2017

Assim na Terra como no céu



Bairro petersburguense de Shuvalovo-Ozerki durante o crepúsculo. Mesmo a lama e a sujeira se rendem à beleza do impressionante espetáculo!