segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Artista russo ilustra seu blog com trabalhos originais

Sempre que falamos em Rússia, existe uma tendência de certos círculos intelectuais no Brasil valorizarem exclusivamente o trabalho de autores de certo povo minoritário da Rússia ou de emigrados (Soljenitstyn, Kandinskiy, Brodsky...), e não basta ser emigrado, é preciso que ele seja antissoviético pelo menos em certo grau. Nem mesmo o escritor Eduard Limonov, expulso da URSS, ganhou seu lugar de fama no ocidente (exceto por um romance no qual o personagem principal efetua um ato homossexual). 

Geralmente, quando se trata de qualquer artista ou mesmo político russo que careça de uma visão cosmopolita ele é rapidamente tratado como "fechado", "chovinista" ou recebe alguma conotação negativa. Importante lembrar que isso sai do campo artístico e se extende ao campo político, por exemplo, Stalin é fortemente criticado pela tese do "socialismo num só país", em detrimento da "revolução permanente" de Trotsky. A própria Revolução Russa é aceita por grande parte da esquerda ocidental somente no período que vai até os anos 20, não por ter remodelado a estrutura social, política e econômica russa, mas por "revolução sexual". 

Artistas russos que tratam de uma temática relativa à vida diária da Rússia são geralmente ignorados ou mesmo menosprezados, porém o Russificando foi atrás de um desses artistas contemporâneos. Pessoas extremamente carrancudas, sátira política e social fazem parte da arte em óleo do blogueiro Vassiliy (Vassya) Lojkin, que eternizou a sua arte na Rússia através das redes sociais.

O estilo do artista russo é bastante peculiar. Por vezes seus personagens sorriem, especialmente o gato. Além de telas, mitos dos seus trabalhos são anúncios de concertos, inclusive dele próprio, que também é músico. E, geral, eles ilustram o seu próprio blog. Se você fizer um passeio na Rússia, não deixe de prestar atenção na internet russa e no que os russos criam.

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"Ayda", vamos para o espaço!

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A verdadeira revolução começa de surtina!

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Adeus, Terra

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Conerto no clube Manifesto

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Concerto de rock no dia 27 de abril

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Camarada, compre um machado, apoie o artista

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A dama no tualete noturno

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Por que não comer um cogumelo papa-moscas?

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A cosciência cala-se

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Quem ofendeu o gatinho?

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Chegou a hora

Ativista russo é preso assim que sai da prisão

Na Rússia o ativista Aleksey Navalniy foi preso assim que saiu da prisão.
Após ficar preso por 30 dias, o ativista russo Aleksey Navalniy foi novamente preso pela polícia assim que saiu de sua prisão às 05:00 da manhã, ele já era esperado pelos "mienty" (como são chamados os policiais no popular). O policial saudou-o e comunicou a sua nova prisão, o que Navalniy recebeu com surpresa.
A razão foi a organização de mais protestos não autorizados assim que saiu da prisão. Navalniy é responsável por organizar séries de protestos não autorizados pelo governo, inclusive atrapalhando outros eventos e reuniões.
Importante lembrar que a Rússia tem liberdade de reunião e manifestação, devendo ser estas, entretanto, autorizadas previamente pelo poder público.

Veja o vídeo:


sábado, 15 de setembro de 2018

O festival Bitva na Nivye


Por que os petersburguenses não gostam de Dostoyevskiy?

Por que na cidade na qual viveu o grande Dostoyevskiy, na qual ele escreveu Os Irmãos Karamazov ele não é especialmente amado? É difícil achar um apreciador de Dostoyevskiy em São Petersburgo, apesar de que mesmo no semi-alfabetizado Brasil ele é amado quase como um profeta, tal como Tolstoy (é verdade que dentre aqueles mais intelectualizados).

Até o museu de Dostoyevskiy sempre está pichado, o único museu pichado que vi em São Petersburgo. Uma conhecida da Hungria ficou chocada (ela também gosta dele)

A que isso se deve? Dostoyevskiy não é político! Essa é uma pergunta sem resposta por enquanto. Vale lembrar que em São Petersburgo há um monumento a Dostoyevskiy instalado nos tempos de Lenin, perto do metrô Dostoyevskaya.

domingo, 2 de setembro de 2018

Reencenadores retratam a galhardia dos fuzileiros navais da URSS

ВЕРСИЯ НА РУССКОМ ЯЗЫКЕ
Com um tanque leve T-80 no Golfo da Finlândia 

A Cidade-Herói de Leningrado-São Petersburgo sofreu o maior cerco do qual se tem notícia da história, o terrível Cerco de Leningrado. Ele ceifou a vida de milhões de pessoas, mulheres, crianças, idosos... ninguém escapou à fúria genocida do Führer! O historiador Yegor Yakovlyev descreve em sua obra "Voyna na unitchtojenya: chto Tretiy Reyh gotovil dlya Rossii" (Guerra de Destruição: o que o Terceiro Reich preparou para a Rússia), o magíster da Capital do Norte russa descreve as minúcias do Plano Backe para o extermínio de pelo menos centenas de milhões de russos.

A despeito do fracasso do Plano Backe, as cicatrizes deixadas pelo Reich nazista foram profundamente graves, o famoso Palácio de Peterhoff, construído pelo tzar Pedro, o Grande, não escapou à sanha rapace dos nazistas. A cidade deveria deixar de existir e se transformar num grande canal. Estátuas de ouro centenárias foram roubadas, mas em 1944 esse pesadelo acabou!

Tudo que pode ser visto hoje se deve a uma das maiores operações de desembarque naval da II Guerra na União Soviética, os "Diabos Marinhos", fuzileiros navais comunistas que atacaram as defesas costeiras nazistas, situadas em torno de Peterhoff. 

Considerada a capital da reencenação histórica, São Petersburgo vivenciou no primeiro domingo de setembro de 2018 um evento que lembrou desse fato e honrou os que tombaram para libertar aquela que é considerada a mais bela capital europeia! O evento foi narrado para a multidão, que pôde conhecer o que aconteceu e o que representou o grande acontecimento.

Enquanto o ocidente decadente dança sobre as tumbas dos soldados do Exército Vermelho, que libertaram não só a URSS, como também outros países, com estórias esquizofrênicas sobre "milhões de mulheres vítimas dos soldados do Exército Vermelho em Berlim", o povo russo, com talento e entusiasmo, organiza eventos que ensinam as pessoas de todos os países sobre o preço da Grande Vitória!

Reencenadores da tripulação de um tanque alemão Panzer III



SS prepara-se efetuar a defesa da costa em viatura camuflada
Tanque Panzer III, você não precisa ir até a Alemanha para ver um desses
Além das batalhas, os eventos do clube "Krasnaya Zvezda" (Estrela Vermelha) reencenam momentos da vida diária soviética

Além da reencenação militar houve também a reencenação da moda de época, acompanhada da orquestra naval


Exposição de um fuzil M-1 Garand na barraca dos "americanos", isto é, reencenadores das forças dos EUA
Wehrmacht (literalmente Máquina de Guerra) é o nome das forças alemãs do III Reich

Dois reencenadores da Idade Média conferem os reencenadores da Idade Contemporânea

Com uma reencenadora do Exército Americano da IIGM

Dois reencenadores do Exército Americano assistem ao evento (forças americanas não tomaram parte no fato histórico) 
Sob cinzas de explosões e poeira, o Exército Vermelho parte para o ataque




Maria Oktyabrskaya: a mulher comprou e pilotou um tanque para combater o fascismo

Pelo Clube Militar Patriótico de Reencenação "Komsomolets" (São Petersburgo)
Tradução: Cristiano Alves

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Mariya Oktyabrskaya
No famoso videojogo russo "Warthunder" existe uma inscrição que pode ser adicionada ao seu tanque, "Боевая Подруга", ou "Amiga combatente". Você faz ideia do que ela significa?

Há 113 anos atrás, 16 de agosto de 1905, nasceu Mariya Vassilyevna Oktyabrskaya, tanquista soviética, sargento da guarda, mecânica-chofer do tanque "Amiga de batalha", construído com seus próprios recursos. Herói da União Soviética (póstumo).

Nasceu na vila de Kiyat (hoje vila de Blijneye Krasnogvardeyskogo, Crimeia) em família camponesa. Na infância e na juventude Mariya esteve em Sevastopol. Em 1921 ela se mudou de Djanka, onde terminou a 6 série, e depois Simferopol. Trabalhou numa fábrica de conservas em Simferopol, como telefonista em uma estação de telefones. Em 1925 casou-se com o aluno da escola de cavalaria Iliya Fyodotovich Ryadnenko, do marido recebeu o sobrenome "Oktyabrskaya" (de Outubro). Devido local de serviço do marido, se mudou para diferentes pontos da Ucrânia, foi eleita para o soviete local de mulheres, terminou o curso de medicina, chofer, aprendeu a atirar de metralhadora. No verão de 1940, quando se deu a integração da Bessarábia à URSS, junto com o marido, comissário do 134 Regimento de artilharia de obuseiros se mudou para Kishinyov, no local de deslocamento do regimento.

No dia seguinte, após o início da guerra, em 23 de junho de 1941, M. V. Oktyabrskaya, junto com a irmã e outros membros das famílias de comandantes foram evacuadas e em agosto já estava em Tomsk, onde trabalhou como telefonista e numa escola de artilharia evacuada de Leningrado.

No final do verão de 1941 ela foi ao enterro de seu marido, comunicou que "o comissário de regimento Ilya Fyodotovich Oktyabrskiy morreu bravamente em 9 de agosto de 1941 em um dos combates na Ucrânia".O comissário de regimento da 206 Divisão de Atiradores I. F. Oktyabrskiy foi ferido numa rajada de metralhadora, enquanto liderava os combatentes ao ataque num dos combates em torno de Kiev. Ao saber do destino de seu marido do front, Mariya Vassilyevna se dirigiu ao comissariado militar com o pedido de ir ao front, mas várias vezes negaram o pedido por causa de uma doença, tuberculose na região do pescoço, bem como por sua idade avançada, 36 anos.

Então ela buscou outro caminho. Na época da URSS, havia muitas doações para o fundo de defesa. Junto com a irmã, ela vendeu todas as coisas de valor e durante alguns meses ela fazia costuras, ela levantou 50 mil rublos para construir um tanque T-34. Depois disso ela enviou ao Kremlin o seguinte telegrama:

"Moscou, Kremlin. Para o Presidente do Comitê Estatal de Defesa. Comandante Supremo

Caro Iossif Vissaryonovitch!

Em combate pela Pátria tombou o meu marido, o comissário de regimento Ilya Fyodotovitch. Pela sua morte, pela morte de todos os soviéticos, torturados pelos bárbaros fascistas, eu quero vingar-me dos cães fascistas, para isso eu depositei no banco do Estado, com o fim de construir um carro de combate, 50 mil rublos. Quero que ele se chame "Amiga combatente" e me envie ao front como condutora desse tanque. Tenho a especialidade de chofer, sou ótima com uma metralhadora, sou uma Atiradora de Voroshilov (Título dado a atiradores exímios).

Envio-vos saudações calorosas e desejo saúde, longos anos aterrorizando os inimigos e glória à nossa Pátria.

"OKTYABRSKAYA Maria Vassilyevna. 
Tomsk, Belinskogo, 31"

Stalin respondeu assim:

"Tomsk, rua Belinskogo, 31 
cam. OKTYABRSKAYA Mariya Vassilyevna

Agradeço-vos, Mariya Vassilyevna, pela sua preocupação com as forças blindadas do Exército Vermelho. 
Seu desejo será cumprido. 
Receba os meus cumprimentos.

I. Stalin"

Desde 3 de maio de 1943 Mariya Oktyabrskaya passou a estudar a condução de tanques na escola de tanques de Omsk, tornando-se a primeira mulher condutora e mecânica de tanques do país, e a partir de outubro de 1943, ela já lutava em seu tanque na Frente Ocidental. A primeira tripulação do tanque T-34 era composta pelos militares: aspirante e comandante da guarda Pyotr Tchebotko, atirador de torre sargento Gennadiy Yasko, atirador-radista Mihail Galkin, mecânica-condutora do 2om Batalhão da 26a. Brigada de Tanques da Guarda Mariya Oktyabrskaya.

Em combate nas vilas de Novoye Selo na região de Lioznenskogo na região de Vitebsk, em 18 de novembro de 1943 o tanque "Amiga Combatente" (Boyevaya podruga) atacou as defesas do inimigo, por um tanque e cerca de 50 soldados e oficiais alemães. Nessa batalha o tanque foi destruído. Apesar dos ferimentos, M. V. Oktyabrskaya continuou a combater por 2 dias no tanque destruído sob o fogo e ataques do inimigo, e então foi enviada para a enfermaria. O comandante do batalhão de blindados disse à sua tripulação para tomar o seu exemplo: "Lute como a tanquista da "Amiga de combate". Só no dia de hoje, a tripulação desse glorioso carro destruiu um pelotão de bandidos hitleristas.

Em 18 de janeiro de 1944 na região da estação de Krynki, na região de Vitebsk M. V. Oktyabrskaya com o seu tanque eliminou 3 ninhos de metralhadora e até 20 soldados e oficiais inimigos. O tanque "Amiga combatente" foi atingido por uma granada na lagarta esquerda. A mecânica Oktyabrskaya, sob fogo tentou efetuar o reparo, mas o estilhaço de uma granada que explodiu nas proximidades a feriu no olho.

Em 28 de janeiro de 1944, M. V. Oktyabrskaya recebeu a Ordem da Guerra Patriótica de II classe.

No hospital de campanha № 478 fizeram uma operação nela, mas depois ela foi levada ao hospital do front em Smolensk. O estado de saúde piorou, uma vez que o estilhaço atravessou o seu olho e chegou até o grande hemisfério cerebral. Oktyabrskaya vfoi visitada pelo membro do conselho militar do front L. Z. Mehlis, que deu a ordem para que ela fosse enviada a Moscou. Sua últiam visita foi do major Topok, que chegou a conferir-lhe a Ordem da Guerra Patriótica de I classe, e também presentes e cartas de seus camaradas.

Em 15 de março de 1944, Mariya Vassilyevna Oktyabrskaya faleceu no hospital do front em Smolensk. Foi enterrada com honras militares no Jardim Memorial dos Herois em Smolensk.

Em 2 de agosto de 1944, M. V. Oktyabrskaya recebeu o título de Heroi da União Soviética (póstumo). No encerramento da folha de condecoração escreveu o comandante da 26a. Brigada de Tanques da Guarda, o coronel S. K. Nesterov: "No período das operações militares a cam. Oktyabrskaya, com amor e preocupação cuidou do seu carro. O seu tanque não teve paradas forçadas e avarias. A cam. Oktyabrskaya adquiriu o tanque a ela confiado com o intuito de vingar-se dos facistas e da morte de seu marido. A cam. Oktyabrskaya é valente, um combatente destemido".

O tanque "Boyevaya Podruga" continuou em condições de batalha até a Vitória. A nova tripulação passou por 3 tanques incendiados e no quarto foi até Königsberg (hoje Kaliningrado) no mar Báltico. Em cada novo carro, em honra à heroína tombada, os tanquistas pintavam as palavras "Amiga combatente" (Boyevaya Podruga).

Aberta a temporada de caça à aurora boreal!

Fazendo uso de suas funções enquanto canal e blog divulgador da cultura e da beleza da Rússia, o Canal Russificando declara oficialmente aberta a temporada de caça à aurora boreal! 

Foto: Aurora boreal sobre o lago Onega, na República da Karélia. Por Mihail Proskalov

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Um monumento do comunismo


Se existe um monumento que expressa toda a glória do período soviético e em especial a da Defesa Leningrado, este é sem dúvidas a estação de metrô Avtovo, em São Petersburgo. Considerada como a estação de metrô mais bela do mundo, a Estação Avtovo combina uma arquitetura baseada em padrões bizantinos, um mosaico e pilares adornados em cristal. Ela reflete a glória do sistema soviético e a galhardia dos defensores de Leningrado. 

A estação de metrô de São Petersburgo "Avtovo" encontra-se vizinha à parada de ônibus que leva o visitante da Cidade-Herói até o magnífico Parque-Palácio de Peterhoff, um lugar exuberante construído pelos monarquistas, arrasado pelos fascistas e reconstruído pelos comunistas.




Você já tomou suco de Romã?



O suco de romã é considerado um dos melhores afrodisíacos masculinos, segundo o povo do Azerbaijão, é muito bom para "regular a pressão".

São Petersburgo, a aldeia grande!


Geralmente se diz que São Petersburgo é uma "aldeia grande". Ao contrário do que acontece numa grande metrópole brasileira, o tamanho de São Petersburgo e os seus 6 milhões de habitantes não impedem que, por acaso, você veja aquele velho conhecido ou talvez mesmo o vizinho numa outra ponta da cidade ou em alguma sala do Hermitage. Assim aconteceu com Sylvie, uma jovem estudante de direito da Áustria e amiga do Instagram, com quem eventualmente encontrei-me ao chegar no famoso mercado de pulgas de Udelka, os seus dias mais movimentados são os fins de semana.

Udelka encontra-se na estação de metrô Udelnaya.

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O dia do conhecimento

O dia 1º de setembro, na Rússia, marca o Dia do Conhecimento, quando acabam-se as férias de verão e as crianças e adolescentes voltam às aulas. Neste dia as ruas estão sempre mais bonitas, com crianças com lindos penteados, belíssimos uniformes e muitas flores para os professores.

E você, já deu um presente para o seu professor?