terça-feira, 9 de agosto de 2016

Os imigrantes ocidentais na Rússia

Recentemente o jornal britânico Dailymail publicou uma matéria sobre uma família alemã que fugiu para a Rússia e nela pediu asilo político. Cada vez mais na Rússia é uma cena comum encontrar estrangeiros, geralmente bem estruturados financeiramente e intelectualmente, que buscam asilo político na Rússia ou se estabelecem no país. Não se trata de miseráveis buscando um pedaço de pão, como muitos que foram para a América, muitos que saem do México ou do Brasil para os Estados Unidos ou da África ou Síria para a Europa.

A família alemã se queixou de problemas relacionados à imigração na Alemanha e à hipersexualização das crianças no ocidente, fenômeno bem conhecido e estudado por psicólogos e jornalista na Rússia. Para entender melhor o fenômeno, a Europa possui um grande número de imigrantes que ao contrário de outras correntes migracionais (por exemplo França-Brasil) não se adaptam à cultura local. Na Suécia, por exemplo, mulheres suecas foram proibidas de fazer top less devido à chegada de imigrantes de alguns países muçulmanos. Ou seja, em vez do imigrante se adaptar à cultura local, é a cultura local que deve se adaptar ao imigrante. Em São Petersburgo eu já encontrei americanos que tem morar na Rússia exatamente por não se identificarem com muitos valores que fogem aos valores tradicionais sociais.

O fenômeno da imigração ocidente-Rússia não é novo na história russa. Durante o reinado de Pedro, o Grande, a Rússia conheceu um grande número de imigrantes holandeses e significante número de alemães, sob o de Catarina, a Grande, a Rússia recebeu um enorme número de alemães (a própria Catarina II era alemã de nascimento, mas russa de espírito), que se estabeleceram e fundaram cidades e vilas às margens do grande rio Volga, no governo de Stalin, a Rússia recebeu dezenas de milhares de imigrantes dos Estados Unidos, fugindo da grande depressão, da fome e do racismo. Na presidência de Putin, a Rússia recebe um grande número de imigrantes da Ucrânia, refugiados da guerra na Bacia do Don (Dobass) e de pessoas de direita e de esquerda conservadoras dos países do ocidente, de países como os EUA e Alemanha, onde o conservadorismo se tornou uma ideia revolucionária, dado o totalitarismo liberal que norteia a ideologia e as práticas dos governos ocidentais.

Mas a Rússia que se cuide, desmontar suas próprias fábricas em troca de estádios e centros de comércio, priorizar salões automotivos de marcas caras e abandonar a indústria cinematográfica às mãos dos liberais, de diretores odiosos como Mihalkov, pode acarretar num perigoso processo de americalatinização da Rússia. Basta olhar na janela e que se pode ver pessoas procurando comida no camburão de lixo, como na Espanha e no Brasil, o número de pedintes parece aumentar, e cada vez mais jovens procura sobreviver com dois ou três empregos, mas nem sempre todos encontram. Um dia isso pode custar muito caro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário