sábado, 9 de setembro de 2017

Existe racismo na Rússia?

Agora um pouco de política e sociologia da Rússia atual


Algumas pseudojornalistas ocidentais, propagandistas que odeiam a Rússia, fazem um esforço colossal para apresentar a Rússia como o pior lugar do mundo para estar, para essas pessoas, a Rússia não deveria nem existir enquanto "Rússia" e os seus habitantes deveriam desculpar-se permanentemente por serem "intolerantes", "racistas", "preconceituosos" e "totalitários". Essa é a visão que muitos jornais e revistas no Brasil passam da Rússia, influenciados por uma propaganda vinda dos Estados Unidos, rival geopolítico da Rússia, e pelos seus aliados da OTAN, organização militar agressiva aumenta o número de membros e de suas bases militares a cada ano que passa.

É importante lembrar ao leitor que a Guerra Fria acabou há mais de 25 anos, quando Gorbatchov, em troca de milhões de dólares anunciou o fim do Pacto de Varsóvia e do Muro de Berlim, Ronald Reagan garantiu que faria o mesmo no Ocidente. Porém, o que aconteceu foi o inverso, em vez de dissolver o Tratado do Atlântico Norte, a OTAN aumentou o seu número de membros e de integrantes, expandido-se em direção às fronteiras da Rússia. Ao contrário dos conquistadores do passado como Hitler e Napoleão, os dos nossos dias, Reagan, Tatcher, Köhl, Blair, Obama e Trump, sabiam do óbvio, não se pode submeter a Rússia pela força das armas em plena era nuclear. Assim, recorreram a outro recurso de guerra, a "guerra de informação", conceito militar que consiste no uso de técnicas de desinformação e contra-informação para desgastar o inimigo e assim mobilizar todos contra o inimigo demonizado.

É consenso entre os historiadores russos que toda a política do Ocidente durante a Guerra Fria, antissoviética, nada mais foi do que mais um capítulo da russofobia, ou seja, de um sentimento agressivo contra a Rússia. Quando a Rússia era uma monarquia conservadora, os grandes poderes do Ocidente não gostavam da Rússia, quando se tornou uma república socialista também foi o mesmo, ao se tornar uma república democrática aconteceu a mesma coisa! Sempre que um governo da Rússia defende os interesses do povo russo (ou de seus oligarcas), esse governo é acusado de todas as formas possíveis!

Durante os anos 90, uma série de reportagens tratava de casos de racismo na Rússia, de movimentos e gangues neonazistas, porém, nenhuma dessas reportagens notificou o fato de que essa tragédias pós-soviética, ocorreu justamente por que esses governos ocidentais aplaudiram o fim da União Soviética! Com a subida ao poder de Putin, este pôs um fim no wahabismo na Chechênia, na máfia russa e também nos neonazistas. É importante notar, que embora se trate de um ex-agente do KGB, Putin é um grande diplomata e negociador, ele conseguiu acabar com muitos desses problemas de forma não-violenta, ou ao menos usando a violência em casos estritamente necessários, por exemplo, no combate aos terroristas wahabistas ou encarcerando líderes de movimentos neonazistas. Muitos neonazistas foram presos, mortos (por movimentos rivais não-nazistas) ou simplesmente foram se ocupar com produtos de "alimentação saudável", programas de esporte e musculação, seitas pagãs ou clubes de reencenação histórica do III Reich em eventos sobre a IIGM. A Rússia, em mais de uma chance na ONU, sendo a última delas em 2012, propôs resoluções de condenação do racismo, da xenofobia e do nazismo, resoluções contra as quais votaram os EUA, a Ucrânia e Palau. Um famoso programa de um blogueiro russo, Dmitriy Puchkov, popularmente conhecido "Goblin", mostra dois brancos, de cabeça raspada, falando sobre racismo e explicando a completa incoerência de tal teoria, bem como sua história.



Nos dias atuais, além de ter um governo e os meios artísticos representados por pessoas de diversas nacionalidades, a Rússia promove uma série de eventos culturais relacionados às mais diversas culturas que fazem parte da Rússia, por exemplo, só na cidade de São Petersburgo há festividades como o Johannus (finlandês), além de festas iacutes, russas, caucasianas e até indianas e africanas. Na Rússia não há nenhuma perseguição a praticantes de kung fu, capoeira, jiu-jitsu ou outras artes marciais estrangeiras estabelecidas no país. Além disso, na Rússia há clubes e academias de danças africanas, indianas, árabes, latinas, americanas, caucasianas, dentre outras. 

Em clubes noturnos russos podem ser vistos DJs russos, latinos, africanos e por vezes do Cáucaso. Os seguranças não escolhem com base na cor da pele, e sim com base no chamado "controle de faces", ou seja, se ele vai com a sua cara, ele deixa você entrar. Geralmente, na prática, em vez da o que é avaliado é o traje. O autor desse artigo, por exemplo, já foi barrado em um clube noturno no qual já havia entrado e na vez seguinte foi admitido, na vez em que foi barrado usava traje social que incluía colete, além de um casaco estofado. Em certos restaurantes não é permitido entrar de tênis, não importa se você é negro, branco, russo ou indiano... Além disso, na hora de adentrar o metrô, não importa se você parece com árabe ou russo, se é cristão, muçulmano ou judeu, os funcionários fiscalizam a bolsa no detector de metais por amostragem. Em inúmeras vezes o autor desse artigo passou apressado pela roleta do metrô usando bolsa enquanto outro indivíduo, russo, foi parado e fiscalizado com o detector de metais.  

Nas ruas de qualquer cidade russa é possível ver homens russos com mulheres de outras nações, especialmente negras e asiáticas. Também é comum ver garotas russas com homens de outras nações, em certos casos mães solteiras com filhos mestiços e mesmo famílias completas. Nesse sentido, é importante informar não é raro ver casais formados por uma mulher russa e um homem azeri, turco ou daguestanês (muçulmanos), porém é muito raro, quase inexistente, ver uma garota azeri, turca ou daguestanesa com um homem russo, inglês ou brasileiro. Nesse sentido, é importante frisar que normalmente os povos mais racistas são os não-russos. Não é raro encontrar uma garota uzbeque da Rússia, por exemplo, que relaciona-se exclusivamente com muçulmanos. Nos comentários do trailer de um novo filme russo que será lançado nesse ano de 2017 chamado Ordá (A Horda), que retrata o romance de um artista russo com uma mulher mongol, todos os comentários racistas partem de não-russos.


Como em qualquer parte do mundo há pessoas preconceituosas na Rússia, talvez mais na Rússia do que na Islândia, por exemplo, cuja população equivale ao de um bairro de uma grande cidade russa, porém a Rússia têm tomado uma série de medidas para combater todas as manifestações de racismo, xenofobia e de outras formas de discriminação desde o início da década de 2000, medidas essas nunca mostradas. Hoje mais de 150 nações convivem harmonicamente na Rússia e pessoas de vários países vêm e têm do país as melhores impressões.


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