Por que Pedro, o Grande, gostava tanto da Holanda? Essa foi a pergunta que um grupo de turistas fez a um guia russo, que não soube responder com precisão a essa pergunta. Essa resposta nos é dada por um filósofo muito influente do século XX. A Rússia quase sempre foi, em essência, um país interiorano, isto é, sua população esteve longe do mar, seu comércio desenvolveu-se através dos grandes rios, mas com a queda do Império Bizantino, e a mudança de planos na Europa, as novas rotas comerciais deixaram de ser efetuadas pelo Mar Mediterrâneo, Oceano Índico e Mar da China, mas sim pelo Atlântico, e a costa do Mar Báltico oferecia justamente essa possibilidade, mas ela estava em posse de um inimigo da Rússia muito poderoso na época, o Império Sueco, derrotado por Pedro, o Grande, com o vasto uso de canhões (para a fabricação dos quais Pedro chegou a confiscar e derreter os sinos das igrejas), e de um exército modernizado, em substituição aos antigos "streltsy", a versão russa dos janissários turcos, criados por Ivan, o Severo.
Com a vitória sobre a Suécia, Pedro pôde criar o seu poderio naval, que dependia da tecnologia e dos créditos de um pequeno país visitado por Pedro em sua juventude, a Holanda! Assim como o tzar Ivan, o Severo, copiara a Turquia como modelo de desenvolvimento nacional, Pedro agora copiava a Holanda e iniciava as suas ambições navais. Uma das versões para as cores da bandeira russa atual, branca, azul e vermelha, é de que ela teria sido baseada nas cores da bandeira da Holanda.
A Rússia iniciava a sua era marítima, Pedro salvava não apenas o seu reinado, chegando até o Báltico, como também salvava a Holanda da bancarrota, garantindo a esta um bom cliente para os seus bancos, o seu capital e emprego para os seus melhores especialistas navais.
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