terça-feira, 19 de abril de 2016

Sobre os bêbados das ruas

Conversava eu com um grupo de turistas do Equador (Dame tu mano!!!) que conheci por acaso no metrô de São Petersburgo e eles elogiavam a Rússia pelo que viram, comentavam, dentre outras coisas, sobre a situação tranquila das grandes cidades russas, eu comentava que como o brasileiro me sentia num país livre, onde podia andar nas ruas sem ter de constantemente olhar 360 graus para garantir que não estava sendo perseguido por um ladrão, ou colocar a mão no bolso quando passava por um cidadão para fingir que estava andando armado e intimidá-lo a tomar qualquer ação a mim ofensiva.

Comentamos então sobre os bêbados russos, eles se admiravam que por vezes se vê um "borracho", mas que eles são geralmente tranquilos, inofensivos. Na verdade, os bêbados russos são até engraçados às vezes, e é difícil identificá-los, pois bêbados russos não são como os bêbados latinos, agressivos, e eles não andam cambaleando (a menos que estejam bêbados demais) e isso torna ainda mais difícil.

Mencionei que mesmo tendo estado em alguns clubes noturnos, quase nunca vi brigas, como sempre ocorre em festas no Brasil, o mais perto que vi foi uma vez quando um rapaz cambaleava de bêbado e foi gentilmente solicitado para sair do clube, ele voltou e o segurança não só o derrubou como o deu três socos no chão. O cabra se ajeitou, e quando eu ia saindo do clube ele e o segurança conversavam numa boa. Como também já comentara amigo que serve no exército da República Popular de Donetsk, impressiona como na Rússia, se dois homens brigam, os dois resolvem a confusão e depois de um tempo conversam tranquilamente. Há uma referência a isso no livro "Taras Bulba", quando o filho tenta bater no pai após ele caçoar de suas vestimentas, o cossaco se esquiva e o derruba, e ele ergue o filho do chão e elogia a sua atitude, dizendo que ele jamais deveria deixar alguém humilhá-lo, mesmo que fosse seu próprio pai. O filme Brat, o primeiro, também trata do mesmo, quando o herói principal chega a São Petersburgo, e ao se envolver numa briga com seguranças, eles conversam amistosamente numa delegacia da milícia (como então se chamava a polícia russa). 

O equatoriano comenta que em geral isso não acontece com o latino, que tem o sangue quente. Comentei que no Brasil geralmente não é assim, se dois homens brigam no Brasil, geralmente o que apanha vai em casa, pega uma arma e mata o outro de forma covarde. Infelizmente, nós latinos somos extremamente bárbaros nesse ponto e muito agressivos e desagradáveis após muita bebida!

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