terça-feira, 20 de junho de 2017

Um domingo chuvoso na Rússia (fotorreportagem)

Por Cristiano Alves
Fotos: Dmitriy Saulin

Neste de domingo me encontrei com meu grande amigo Andrey, no Parque da Vitória, a quem geralmente me refiro pelo sobrenome (conquanto um camarada nosso tem o mesmo nome). Na Rússia não é considerado cortês chamar as pessoas pelo sobrenome, porém eu gosto da prática por conhecer os grandes nomes históricos pelo seu sobrenome. Andrey possui sobrenome cossaco, por ser descendente deles, o que, a propósito, lhe dá o direito de portar espadas com fio em lugares públicos pela legislação vigente russa.

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Conquanto estava um dia chuvoso, isto é, com uma leve garoa, Andrey se admirou por eu não levar guarda-chuvas, respondi que preferia usar capa, pois os ventos petersburguenses mandam todos para a lata do lixo, como vi muitas vezes no bairro Litorâneo em dias chuvosos. Nosso encontro se deu no bairro Moscovita, ao sul de São Petersburgo, meu bairro favorito por causa da arquitetura típica soviética. Nesse bairro me sinto como em Moscou, a antiga capital da União Soviética.
Conversamos um pouco sobre a fé ortodoxa e visitamos uma capela no centro do parque, lá um padre conversava com moradores locais. Ao sairmos da capela, conversávamos sobre o Parque, no qual por muitos anos funcionou um crematório dos mortos de fome durante o Cerco de Leningrado. A grande quantidade de cadáveres pútridos da cidade, mais de 1 milhão de mortos, ameaçava a saúde dos sobreviventes da cidade. O Parque da Vitória foi construído onde funcionava o crematório. Hoje lá há um lago no qual casais e famílias navegam romanticamente em barquinhos, além de monumentos a heróis comunistas como Júkov e Zoya Kosmodemyanskaya, todos lado a lado com a capela da Igreja Ortodoxa Russa.

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Com o dia chuvoso, fomos tomar uma cerveja, apesar do pouco tempo, pois combinei um encontro com uma amiga, não pudemos sair tomando cerveja pelo parque, pois isso pode gerar problemas com a polícia, tomar álcool só é permitido nas dependências do restaurante no parque. A conversa foi bem animada, pois antes da cerveja, havia tomado um pouco de vodka para me soltar numa futura aula de dança. Era hora de lazer, ao contrário das quartas e sextas, dias em que geralmente observo um jejum rigoroso que exclui qualquer tipo de álcool ou carnes.

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Seguimos do metrô Parque da Vitória (Park Pobedy) até o metrô da Praça da Insurreição (Ploschad Vosstaniya), onde encontrei a minha amiga, então nos apressamos para uma aula de forró. Não foi muito fácil encontrarmos a entrada do clube, pois os prédios da Rússia costumam ser muito largos, o que é bonito esteticamente, porém não torna fácil a tarefa de encontrar a entrada certa para um dos mais diversos estabelecimentos que funciona em tal prédio, algo como encontrar uma loja em um grande centro comercial brasileiro.

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Ao encontrar o local, partimos para a aula, convidei Andrey, que não quis dançar, talvez pela falta de mulheres na aula, fenômeno raro em aulas de dança, ainda bem que convidei Lizavyeta, a minha amiga. Na Rússia, em aulas de dança, geralmente as pessoas dançam com todos os presentes. 
O professor, um petersburguense, tinha uma barba típica de mujique russo, falava bem o português, ele, apesar de sério à primeira vista, era muito generoso, atencioso, ao final da aula, pedi para ele dançar com uma de suas alunas o "Pagode russo", então ele explicou para os alunos por que eu pedi essa música, contou a todos que sempre que ia a um concerto de forró no Brasil, alguém fazia questão de pedir ao sanfoneiro que tocasse essa música em homenagem à presença dele.

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Um comentário:

  1. Esse templo no parque, foi construído por uma empresa portuguesa. Solancis.com
    Tudo de bom para vc e continuação de boas aventuras por aí.

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